Seduc Intec em prol do Setembro Amarelo
Começamos a campanha de prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo.
Uma campanha nacional de prevenção do Suicídio (Setembro Amarelo), iniciada em 2014, pela ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria com a participação também do CFM – Conselho Federal de Medicina, e juntamente com o CVV (Centro de Valorização da Vida), pioneiro em programas de prevenção do desde a década de 1960, e acima de tudo acompanhando o dia Mundial de Prevenção do Suicídio, dia 10 de setembro.
Na verdade a campanha ocorre durante o ano inteiro, pois é um problema não só de sofrimento psíquico, mas de Saúde Pública. É uma das principais causas de mortalidade no Brasil e em todo o mundo.
A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e a cada 3 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida.
No Brasil, o número chegou a 12 mil ao ano, em 2012, mas provavelmente com a Pandemia, portanto esse número aumentou consideravelmente em 2020 e 2021. Além disso, isto justifica ainda mais a campanha de prevenção.
Mas para prevenir é preciso derrubar vários estigmas em relação às pessoas que atentam contra a própria vida, o olhar não pode ser o do preconceito derivado da religiosidade ou do julgamento antecipado, mas o da empatia e do conhecimento a respeito de suas fontes causadoras.
Os dias atuais
Atualmente, as informações que abordam o suicídio estão sendo amplamente divulgadas em diversos órgãos de comunicação e também nas redes sociais.
O que faz com que esse retrato estigmatizado da pessoa que comete o suicídio esteja aos poucos sendo derrubados.
Uma das principais informações que contribuem para um novo olhar está relacionada aos fatos causadores desse comportamento. A compreensão e o entendimento da causa se relacionam diretamente com a queda de barreiras preconceituosas, e da mesma forma favorece as ações que salvam vidas.
Os principais fatores que contribuem para o risco de suicídio são os Transtornos Mentais. Além disso destaca-se a depressão, o transtorno bipolar, transtornos relacionados à dependência química, esquizofrenia e outros transtornos de personalidade.
Mas na maioria das vezes, não diagnosticados, não tratados ou mal tratados. Fatos que revelam a importância do cuidar da Saúde Mental neste Setembro Amarelo.
Outros fatores também associados aos pensamentos suicidas são os eventos estressores significativos. Geralmente relacionados a perdas ou grandes frustrações, como separação conjugal, perda de ente querido, perda de emprego ou situação financeira, migração e falência. Por isso é comum, infelizmente, o aumento do suicídio em épocas de crise.
É também certo que indivíduos que já tentaram o suicídio têm cinco vezes mais chances de tentar novamente.
Históricos pessoais de sofrimento psicológico e físico, como maus tratos ou abuso sexual na infância e adolescência, sem acompanhamento ou apoio social, também estão associados a maior risco.
Da mesma forma, doenças crônicas ou em fases terminais, inclusive entre idosos, onde apresenta crescente número nas estatísticas de suicídio nos últimos anos. É preciso compreender que pessoas com pensamento suicida consideram a morte como um meio “acabar com o sofrimento”, com a “dor” psíquica, é o “fim mais rápido para o sofrimento”, é o “descanso final”.
Geralmente, o indivíduo com potencial suicida é uma pessoa solitária afetivamente. Podendo estar no meio de muita gente, mas no fundo sente-se só e a busca por atenção pode motiva-lo à tentativa.
Desejos de vingança, desejo de fugir de situações desagradáveis que trazem angústia, muitas vezes insuportável. A procura pela paz, também são sentimentos que podem estar presentes.
Muitas vezes apresentam ambivalência em relação aos seus sentimentos. E estando em conflito entre a autodestruição e o instinto de conservação gerando ao mesmo tempo o planejamento do ato e os sinais de alerta.
Comentários que demonstrem desesperança e desamparo, como “eu não desejaria ter nascido”, ou, “eu preferiria estar morto”.
Comentários que denotam despedidas: “caso não nos encontremos de novo”, são sinais de alertas. Faça parte da campanha Setembro Amarelo.
Existem muitos mitos que circundam esse tema, os quais temos precisam ser derrubados, como:.
-Quando pessoas com histórico prévio de tentativa de suicido ou depressão mudam de comportamento. Demonstrando alegria, tranquilidade ou alívio, não significa que o problema acabou. Ao contrário, pode sentir-se aliviada, justamente por ter tomado a decisão de se matar e por qual meio irá concluir a ação;
-Pessoas que passaram por tentativa de suicídio e estão melhorando. Também não significa que estão fora de perigo, ao contrário, continuam fragilizadas e o comportamento passado pode influenciar em um futuro na semana subsequente ao ato;
-Algumas pessoas tem receio em falar sobre suicídio. Achando que poderão influenciar e aumentar o risco, mas ao contrário, falar com alguém sobre o assunto, pode aliviar a angústia e a tensão que os pensamentos suicidas carregam.
Mais importante ainda: saber ouvir. Ouvir não significa ter que dar uma opinião, a sua opinião, mas respeitar o que o outro está precisando falar, desabafar, sem julgamentos ou histórias de comparação com a dele. A dor dele, só ele sente.
Prevenir o suicídio é também uma questão de humanidade, sendo que o conhecimento sobre esse problema de saúde pública é uma das melhores formas de prevenção. Através do conhecimento quebramos barreiras e olhamos a questão como assunto sério e verdadeiro.
Saber para agir, agir para salvar vidas. E se você estiver precisando falar, procure um profissional de ajuda especializado, um psicólogo ou um psiquiatra, como também, o CVV, disque 188. Terá sempre um voluntário para atendê-lo.
Por: Izabel R Zampol Sanches de Toledo
Psicóloga
Profa. SEDUC INTEC
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